O presente perdido em alto mar

Sou navegante em águas turbulentas

O barco é pequeno

Pedi a Iemanjá, a Alá, a Deus e até mesmo ao dragão em minha garagem que viessem ao meu socorro

Silêncio...

 

Ser concreto que sou, me vejo desnudado num imenso poço de águas turvas

Essa concretude de tempos em tempos demonstra sua fragilidade

Criatura ignóbil que por um lapso de memória esquece o quanto é impotente

Talvez seja pela fraqueza das forças que se esvaíram

 

Morrer perdido no mar é o ciclo natural das coisas

A ninguém é permitido fugir ao destino dramático

Alguns resistem o máximo possível, outros não encontram sentido em lutar

 

No final, estão todos do mesmo lado, com medo do destino fatal e incerto

As ondas nunca erram o caminho, mesmo na calmaria

O presente somos nós perdidos em alto mar.

 

(Adrianus Martini)

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