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Mostrando postagens de junho, 2019

O ESTARDALHAR DOS SILÊNCIOS

Tudo começou dentro de um coletivo. Eram precisamente 19 horas de uma quinta-feira. Estava a ouvir música com o fone no ouvido, de repente o barulho, vidros no chão. Corpos? Ainda não era possível saber. Causava estranheza a inércia dos outros passageiros, agiam como se nada tivesse acontecido. Nenhum olhar de espanto, não havia a curiosidade característica dos transeuntes nesse tipo de situação. Não sabia se agia com o impulso do momento e levantava para ver ou se manteria a lucidez descuriosa da qual pensava diferenciá-lo dos outros homens. Pensou que talvez aquele barulho houvera sido coisa de sua cabeça, teria passado um dia cheio de afazeres e trabalhos, o cansaço era visível. Escutava uma música de Elis Regina cujo um trecho dizia “o que em algum tempo era novo e jovem, hoje é antigo e precisamos todos rejuvenescer”, começou a pensar no que se passava na cabeça dos passageiros. A maioria, provavelmente, estava voltando do trabalho, à caminho de casa. Por fim, o ônibus c