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A DESCOLORIZAÇÃO DO TEMPO

Tudo é incerto, o tempo é incerto. Aliás, quase já não temos tempo para ter tempo. Um dia de vinte e quatro horas é curto para dar conta de tantos afazeres. Acordar cedo, ir ao trabalho, estudar, cuidar da casa, preparar material para o trabalho do dia seguinte, dormir... dormir?   Somos escravos do tempo que criamos e da busca quase inalcançável por resultados. E mesmo esgotados, baixamos a cabeça e aceitamos passivamente tudo que nos é imposto. Estamos doentes, uma doença crônica cuja causa é a ideia de temporalidade.   Vivemos um presentismo, não temos tempo de planejar o futuro, o presente por si já trás problemas em demasia. São as angustias da modernidade, a ânsia pelo consumo, os objetos só tem valor até o momento em que chegam em nossas mãos, em seguida já estamos em busca de outros bens na tentativa de preencher um vazio insaciável. Acreditando piamente que o próximo objeto almejado nos dará a plenitude. Mas é isso que a propaganda na TV, nos jornais e internet nos faz

CONHECE A TI MESMO

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  A incerteza do autorretrato Esse grito que insiste em silenciar A voz que não reconhece seu proprietário Essa vertigem que sacode as palavras   A vulgarização do divino Essa moléstia dos são A compreensão dos loucos Esse disparate da psique   Implodimos diariamente Sujeitos inseguros, assustados e medrosos Conscientes de nossa pequenez Buscamos respostas.   (Adrianus Martini)

O presente perdido em alto mar

Sou navegante em águas turbulentas O barco é pequeno Pedi a Iemanjá, a Alá, a Deus e até mesmo ao dragão em minha garagem que viessem ao meu socorro Silêncio...   Ser concreto que sou, me vejo desnudado num imenso poço de águas turvas Essa concretude de tempos em tempos demonstra sua fragilidade Criatura ignóbil que por um lapso de memória esquece o quanto é impotente Talvez seja pela fraqueza das forças que se esvaíram   Morrer perdido no mar é o ciclo natural das coisas A ninguém é permitido fugir ao destino dramático Alguns resistem o máximo possível, outros não encontram sentido em lutar   No final, estão todos do mesmo lado, com medo do destino fatal e incerto As ondas nunca erram o caminho, mesmo na calmaria O presente somos nós perdidos em alto mar.   (Adrianus Martini)

EMBRIAGUEZ DA SOBRIEDADE

Não obstante, a dúvida  Decidir se tomo café ou suco  Se visto calça ou bermuda Devo sair ou ficar em casa? De pequenas a grandes dúvidas  Vinho ou cerveja?  Depende de quanto tenho na carteira Se tenho muito, prefiro vinho Passo dias, meses, anos em dúvida  Sou uma reinvenção permanente  As vezes me atrapalho, me desmancho E me transformo Através da dúvida  Dúvida de que? Isso é um poema ou um desabafo? Estou sóbrio ou embriagado? Sou o que vejo ou o que os outros falam? ??? (Adrianus Martini)

Vila de Pescadores em Tejucupapo-PE

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LUA - nikon (coolpix p530)

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Nature

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