Após
a morte segue-se o indefinível
Não quero falar da
experiência de vivenciar o mundo tal como ele nos é representado. São signos e
objetos que causam uma sensação de preenchimento e vazio. Grandes escritores e
outros artistas já trabalharam tais sentimentos através da poesia, da música,
da expressão corporal, etc. Prefiro falar da morte. Não que outros não o já tenham
feito, mas porque esta sim é, de todas as mazelas, a mais temida pelo homem na
relação com sigo mesmo, com o seu próximo e com a natureza.
Certo filósofo já dizia
que pensamos em quase tudo durante nossa trajetória terrestre, mas quase nunca
na morte. Vivemos como se ela nunca fosse nos atingir ou atingir pessoas
queridas por nós um dia. Daí que quando perdemos alguém bate certos
arrependimentos. A palavra que poderia ser dita, o abraço que serviria de
abrigo, tudo isso se perde no tempo e espaço se você relutou em fazê-lo
enquanto aquela pessoa estava em vida.
Ora! Choramos e ficamos
de luto porque em nossa cultura ocidental tais atitudes representam o amor e
admiração por quem acabara de partir. A morte é um caminho sem volta. Inúmeras
são as religiões e seitas que estão aí para dar esperança e abrir perspectivas
de vida pós-morte. Mas afinal temos medo da morte ou do desconhecido? Alguns
“iluminados” afirmam que já foram levados ao céu e inferno depois de entrar em
estado de transe ou sofrer algum tipo de acidente no qual escapou da morte e
obteve “revelações” surreais do além, como João no Apocalipse. Mas para alguém
mais racional é difícil acreditar em tais relatos.
A mente humana é muito
complexa e sabemos que movidos por certas emoções podemos atingir estados de êxtase
e ilusões sem precedentes. Todos convivemos com uma frustração ou outra ao longo
de nossas vidas, o caso é que a morte talvez seja a maior delas. A pergunta
principal é: será que ficará algum arrependimento quando você partir? Tente
tirar o melhor de si durante sua trajetória, seja e faça o melhor, porque o
melhor da vida é se despedir dela sem arrependimentos e com a sensação de dever
cumprido. Afinal, só saberemos o que e se há algo, depois do último
suspiro.
(Pelado Oliveira)
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